O conceito original de resiliência, oriundo do latim resiliens e emprestado da ciência, trata de materiais capazes de acumular energia quando submetidos à pressão, ou alguma situação crítica e fora do comum. Absorvendo o impacto, acabam voltando ao seu estado inicial sem sofrer deformações.
Traduzida para o universo humano e corporativo, resiliência é a capacidade de superar adversidades, sem herdar delas nenhuma transformação negativa permanente.
Um profissional pode precisar dela tanto para encarar a pressão e a competição do mercado quanto para atravessar momentos difíceis, como crises econômicas e acidentes, sem “quebrar” diante destas situações.
Entretanto, não se deve confundir resiliência com insensibilidade. Tristeza, dor e desânimo são experimentadas pelo profissional resiliente, mas não por muito tempo. Estes profissionais sofrem com as graves adversidades, mas depois se recuperam, a se tornam até mais fortes.
As especialistas Tábata Cardoso e Maria do Carmo Fernandes Martins, identificaram onze fatores, chamados pilares, que mostram a força das estruturas internas, e contribuem para um comportamento potencialmente mais resiliente.
1 - Encarar mudanças e dificuldades como oportunidades: aceitar que as mudanças são oportunidades de crescimento, tendo a visão de que as adversidades enfrentadas trazem estas possibilidades.
2 - Autoconfiança: é um comportamento relacionado à segurança que o profissional tem para encarar as diversas situações que se apresentam.
3 - Autoeficácia: refere-se à percepção que a pessoa tem da sua própria capacidade. Muitas vezes a pessoa pode até não ter potencial alto de inteligência, mas se tiver autoeficácia, vai se esforçar além do normal, o que acabará compensando eventuais deficiências.
4 - Bom Humor: as pessoas que tem bom humor se esforçam para tornar o ambiente mais leve em situações difíceis.
5 - Controle emocional: ataques de ira não são próprios das pessoas flexíveis. O controle emocional permite ao profissional agir com mais calma e a não perder o foco.
6 - Empatia: saber se colocar no lugar do outro é essencial para minimizar e solucionar conflitos. No ambiente de trabalho, as relações podem ficar desgastadas porque são intensas e frequentes, por isso a importância da empatia é extrema.
7 - Independência: pessoas independentes não se isolam mas também não são dependentes dos outros para desenvolver suas tarefas, atividades e projetos.
8 - Otimismo: pessoas com esta característica têm esperança no que está por vir em suas vidas, mas não significa que não se preocupem com o futuro.
9 - Reflexão: ter a capacidade de analisar e refletir a respeito das situações críticas, encontrando as melhores soluções para os problemas.
10 - Sociabilidade: está ligada ao bom relacionamento interpessoal. Quem tem esta característica consegue criar vínculos com as outras pessoas.
11 - Valores positivos: pessoas que seguem seus valores e princípios acabam sendo mais resilientes. Segundo ele, não se trata de qual valor a pessoa tem e, sim, da importância que ela dá a eles.
A capacidade de encarar dificuldades sem se deixar abater é mais necessária hoje do que no passado. A exigência por produtividade máxima acaba por gerar climas cada vez mais tensos e estressantes e conseguir trabalhar sob pressão é um diferencial competitivo para qualquer profissional, além de pessoalmente aumentar seu bem-estar e nível de satisfação com a vida.
Por Marcos Hardt
Adaptado do artigo de Camila Pati, "11 comportamentos essenciais para ser mais resiliente", Revista Exame, 16.01.14